O AMOR

O AMOR

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..

FERNANDO PESSOA

a Dor pode ser piquena... mas aumenta serena na noite que me ataca com gume de faca a resolver o meu divórcio das palavras! ah, as Palavras: ODEIO SER POETA! cheiro a mijo e ranho segundo o nosso E. Andrade!

ESTOU DE LUTO COM A DOR
ESTOU A DAR FRUTO AO DESAMOR
ALIMENTO-ME DAS CIRCUNSTÂNCIAS
ONDE O PECADO E SUAS RESSONÂNCIAS
ME VISITAM AS INCONSTÂNCIAS CONSTANTES.
MIRONES VÊM ESPREITAR
UM LONGO AMOR QUE FINDA AO INICIAR...


Bela: irei sempre estar aqui...
MORREREI COM A ETERNIDADE!