segunda-feira, 3 de setembro de 2012

SER-SE

SER-SE

não julgues os outros. é reverso inútil. vive cada momento... intensamente... alimenta o sonho prenhe de real-idade... não imites ninguém... mas aprende com tudo e todos... és um mortal: único, inimitável... irrepetivel... singular... é aliciante a Vida! não sofras por antecipação pois o futuro é o embrião do agora... das escolhas... das deceções... virtudes e características que te tornam singular e alimentam o dia... deixa a véspera do abismo iluminar um passo à retagurada... serás feliz se amares... laços que te colocam na linha da frente da batalha da eternidade... gosta de ti! aceita-te e aceitar-te-ão... o amor é sublime, mas lembra: não te iludas nem desiludas ninguem...a consequencia da ilusão só tem uma resposta... sonha.. «ama,bebe e cala»! não procures a resposta nos outros... a viagem está condenada a viver em ti... no âmago do teu ser... em frente... a resposta chegará... e a questão é o fim. contempla... brilha e ofusca olhares nefastos e castradores... sê sincero... mas sê primeiro a verdade que implode em ti como um vulcão adormecido... um dia chegará Deus... pergunta-lhe se O podes ver... a energia que a fé transporta é a força - a tua - e aí estará a resposta! sorri... esta mensagem humilde é para ti... mas preciso da tua ajuda... para a divulgar... grato.



José Carlos Villar
 
 
bem-hajam
 
O homem converte-se aos poucos naquilo que acredita poder vir a ser. Se me repetir incessantemente a mim mesmo que sou incapaz de fazer determinada coisa, é possível que isso acabe finalmente por se tornar verdade. Pelo contrário, se acreditar que a posso fazer, acabarei garantidamente por adquirir a capacidade para a fazer, ainda que não a tenha num primeiro momento.

Mohandas Gandhi, in 'The Words of Gandhi'
 

terça-feira, 24 de julho de 2012

NOITÍSSIMA




NAUFRAGO NOS SONHOS

COMO UM NAVIO INEXISTENTE!

ONDE HÁ MONSTROS MEDONHOS

TAMBÉM HÁ GENTE!!!


SOU A FORTUNA DO PESADELO;

A VITÓRIA DA ALVORADA

QUE ME DÃO O QUE DE MAIS BELO

FAÇO... E NÃO FAÇO NADA!!!


POEMAS QUE IMAGINO...

MARES DISTANTES...

MEU PASSEIO DE MENINO

EM MEMÓRIAS ERRANTES...


NESTA NOITE DE FEBRE

HÁ BOSQUES QUE IRRADIAM

O MEU MEDO SE É LEBRE

MEU PENSAMENTO DE QUE RIEM...


MATARAM-ME A QUIMERA;

DESTRUIRAM O QUE FIZ...

SOU UM TONTO QUE SE ESMERA

NOS PRÓPRIOS VERSOS INFANTIS!


MATEI A FOME DE COMER;

VIVI A MORTE SUSPENSA...

EU QUERO É VIVER

À MARGEM DO QUE O OUTRO PENSA...


José Carlos Villar

(noitíssima)

24 - 07 - 2012

- exausto -

sexta-feira, 6 de julho de 2012

VERSOS SOLTOS




VERSOS SOLTOS




(improviso)





tenho memória que guarda histórias / e poemas onde rascunho os versos/ deste penar sem sabor a glórias/ de que me priva o sistema de factos adversos// num nascer aprendiz e solitário/ nessa infância onde fui feliz / não sei que diga de extraordinário/ nem sei se é minha a loucura que diz// quem sou nesta triste realidade/ onde confesso minha pena e castigo/ amigos por onde passei de verdade/ e agora deveras triste como que mendigo// apregoam a minha insensatez/ neste vaivem em rodopio/ vivo dos versos e da viuvez/ e calo sentenciado pelo que crio// não me resta senão aguardar/ louvores a título póstumo do ofício/ morrerei e irei dar húmus às rosas e ao luar/ irão ler-me e descobrir que é fictício// o filme onde estou a representar/ o dialeto da terra e do vagar destes sons/ teclas rompidas, fitas gastas e nome publicado/ não são mais meus os dons/ e o que fui está feito e eu desterrado// no inverno da alma se é verão/ contradigo-me ao escutar/ as vozes do mudo suão/ onde me deleito para me finar...



José Carlos Sousa Villar
numa noite triste
muito triste...
(07) julho dois mil e 12


quinta-feira, 28 de junho de 2012

NOCTURNO

NOCTURNO


em horas tardias a insónia atrai

as minhas visões que entrego ao fim

das glórias vãs em que fui sonhador

(a tudo o que me entrego se esvai)

o sono requer uma calma que vai

do mesmo pesadelo ao mutuo amor


não sei se quimera ou diversão

ando num turbilhão de sensações

como que a galope numa fuga veloz

(bate descompassado meu coração)

renasço a cada nova ilusão...

... e findo no silêncio da minha voz


José Carlos Sousa Villar



...
dois mil e 12
2ª casa da nascente nr. 14

quarta-feira, 27 de junho de 2012

IMPROVISO (ao gosto popular)

IMPROVISO
p/ Bela d’Além:

tenho presente
um amor que encontrei
sente a vida diferente
como quando a namorei

estas coisas do amor,
são terrenos movediços
têm a candura do pudor
e são aprendizes seus feitiços

ando na vida a rasurar
a memória que esqueci.
só te quero namorar
desde o dia em que te vi

naufrago no teu olhar
cúmplice deste ver diferente
tive o mundo para palpar
e agora teu corpo quente

não desejo mais que isto
apenas o louvor da redenção
que nos dá Jesus Cristo
por  tão estranha relação

não temo a inveja
que alimentam por nós
será ciúme de igreja
onde estamos a sós…

… num vaivém de fé
incluído no amor
valendo pelo que é
com todo seu louvor

agradeço à saudade
o mistério do presente
amar-te-ei até à eternidade;
profano dum desejo ardente

vou de novo ao baú
vasculhar todo o passado
e sentir que és mesmo tu
quem o faz tornar-se apagado

pois nem as águas movem
os moinhos por onde passam
há deuses que não dormem
e leitos por onde façam,

a benesse deste amor
oh amor bendito!
-estou melhor sim senhor
por ter fé no que medito

José Carlos Sousa Villar
dois mil e 12


escrevo notas de rodapé
para explicar o que sinto
quanto mais haja Fé
mais acredito no distinto
sabor das palavras
onde me entrego desalmado
por tão bafejado
dom que tenho negado
quando...
.... estou a teu lado!



terça-feira, 19 de junho de 2012

SOBRE MULHER

S./T. SOBRE MULHER

miragem, pensei, quando ousei olhar
teu corpo doirado e vestido de nudez
oásis, vi, quando o pressenti tocar
sem que mo negasses mesmo co’a timidez

do teu vagar, um afago a mergulhar
com teus dois dedos teu sexo ao fundo
e eu, deliciado, vendo-te masturbar
com desejo, o que deu origem ao humano mundo

pressenti que das entranhas saía a voz
que solicitava o meu desejo aprendiz
e foi daí que ambos, apenas sós
fomos um sendo nós, e eu fui como tu feliz

teu seio cabia-me na palma da mão
que entretanto tateava os contornos
desse teu corpo rendido à satisfação
realizada e autêntica, acabada em beijos mornos

disse-te adeus quando saí de ti
e fui com a esperança de te reencontrar
porém nunca em todo o futuro te vi
assim, como eras continuo a recordar.
José Carlos Sousa Villar


«TÃO MULHER»
(desejo)
sensualidade
fêmea
(carne)
... a carne de Ser...-se
INTEIRA
«Mulher tem que ter qualquer coisa para além da beleza»
...

MATINAL

MATINAL

Acordamos. Quase despertos dum sono cronometrado, sentenciamos
o sonho que deveria sossegar as nossas fantasias videnciando
o dia. Este que se aproxima comum, vizinho da gula e enteado da dor. É
assim que se mascaram as horas dos tempos calmos num leito morno.
Apetece-nos, subitamente, rememorar em silêncio, esse passado
longínquo onde se refugiam os fantasmas que fazem do perigo um
medo presente.
Olhamos em redor e não vemos senão o espectro dilacerado
de quem fomos. O passado é quase sempre um cadáver que tentamos
sepultar. Um espírito que regressa pleno no turbilhão exausto dos dias
repetentes.
Mas, já é hora de despertar. Ocupa-se o silêncio com o ruído
irritante que nos invade, plo despertador, como metralhadoras assassinando
a paciência. Oh, e o pêndulo seguro, constante, sereno, a aconselhar-
nos equilíbrio e sobriedade!...
Pausa, ainda, para lembrar a noite passada. O frenesim da
alcoolemia roendo, como sentença, a carne que há-de cessar. Por isso
se bebeu!? - antecipar o fim com o prazer no sabor do regresso à lucidez
que nos culpa. Afinal, morremo-nos a cada instante... O aviso de que o
tempo é uma mera invenção do Homem e, que nada tem medida ou
peso suficientes para acompanhar o resumo, a síntese da existência.
Percebemos que a paz é só um limite a transpor para a plenitude.
Essa quieta sedutora que nunca chega. Género noiva atrasada,
arrependida da intenção. Somos mais ou menos assim: cobaias do acaso!
Tetricamente, chega enluarado o nocturno sossego e é circular
o nosso percurso.
Sonhar!... Sonhar num dia igual, as vésperas do futuro que,
são um tempero dado à vontade de ultrapassar a monotonia dos dias.
Essa clausura com a máscara que parece ter-se colocado à face.
Aconteceu... mais um dia igual... mascarado. Igual.
José Carlos Sousa Villar

(intimidade)

SONHO
ESPERANÇA
VIDA
SEGREDOS
AMOR

...

«Tenho neste momento tantos pensamentos fundamentais,
tantas coisas verdadeiramente metafísicas que dizer, que me canso de repente, e decido não escrever mais, não pensar mais, mas deixar que a febre de dizer me dê sono, e eu faça festas com os olhos fechados, como a um gato, a tudo quanto poderia ter dito.»

Bernardo Soares