não julgues os outros. é reverso inútil. vive cada momento... intensamente... alimenta o sonho prenhe de real-idade... não imites ninguém... mas aprende com tudo e todos... és um mortal: único, inimitável... irrepetivel... singular... é aliciante a Vida! não sofras por antecipação pois o futuro é o embrião do agora... das escolhas... das deceções... virtudes e características que te tornam singular e alimentam o dia... deixa a véspera do abismo iluminar um passo à retagurada... serás feliz se amares... laços que te colocam na linha da frente da batalha da eternidade... gosta de ti! aceita-te e aceitar-te-ão... o amor é sublime, mas lembra: não te iludas nem desiludas ninguem...a consequencia da ilusão só tem uma resposta... sonha.. «ama,bebe e cala»! não procures a resposta nos outros... a viagem está condenada a viver em ti... no âmago do teu ser... em frente... a resposta chegará... e a questão é o fim. contempla... brilha e ofusca olhares nefastos e castradores... sê sincero... mas sê primeiro a verdade que implode em ti como um vulcão adormecido... um dia chegará Deus... pergunta-lhe se O podes ver... a energia que a fé transporta é a força - a tua - e aí estará a resposta! sorri... esta mensagem humilde é para ti... mas preciso da tua ajuda... para a divulgar... grato.
José Carlos Villar
bem-hajam
O homem converte-se aos poucos naquilo que acredita poder vir a ser. Se me repetir incessantemente a mim mesmo que sou incapaz de fazer determinada coisa, é possível que isso acabe finalmente por se tornar verdade. Pelo contrário, se acreditar que a posso fazer, acabarei garantidamente por adquirir a capacidade para a fazer, ainda que não a tenha num primeiro momento.
tenho memória que guarda histórias / e poemas onde rascunho os versos/ deste penar sem sabor a glórias/ de que me priva o sistema de factos adversos// num nascer aprendiz e solitário/ nessa infância onde fui feliz / não sei que diga de extraordinário/ nem sei se é minha a loucura que diz// quem sou nesta triste realidade/ onde confesso minha pena e castigo/ amigos por onde passei de verdade/ e agora deveras triste como que mendigo// apregoam a minha insensatez/ neste vaivem em rodopio/ vivo dos versos e da viuvez/ e calo sentenciado pelo que crio// não me resta senão aguardar/ louvores a título póstumo do ofício/ morrerei e irei dar húmus às rosas e ao luar/ irão ler-me e descobrir que é fictício// o filme onde estou a representar/ o dialeto da terra e do vagar destes sons/ teclas rompidas, fitas gastas e nome publicado/ não são mais meus os dons/ e o que fui está feito e eu desterrado// no inverno da alma se é verão/ contradigo-me ao escutar/ as vozes do mudo suão/ onde me deleito para me finar...
em horas tardias a insónia atrai as minhas visões que entrego ao fim das glórias vãs em que fui sonhador (a tudo o que me entrego se esvai) o sono requer uma calma que vai do mesmo pesadelo ao mutuo amor
não sei se quimera ou diversão ando num turbilhão de sensações como que a galope numa fuga veloz (bate descompassado meu coração) renasço a cada nova ilusão... ... e findo no silêncio da minha voz
Acordamos. Quase despertos dum sono cronometrado, sentenciamos
o sonho que deveria sossegar as nossas fantasias videnciando
o dia. Este que se aproxima comum, vizinho da gula e enteado da dor. É
assim que se mascaram as horas dos tempos calmos num leito morno.
Apetece-nos, subitamente, rememorar em silêncio, esse passado
longínquo onde se refugiam os fantasmas que fazem do perigo um
medo presente.
Olhamos em redor e não vemos senão o espectro dilacerado
de quem fomos. O passado é quase sempre um cadáver que tentamos
sepultar. Um espírito que regressa pleno no turbilhão exausto dos dias
repetentes.
Mas, já é hora de despertar. Ocupa-se o silêncio com o ruído
irritante que nos invade, plo despertador, como metralhadoras assassinando
a paciência. Oh, e o pêndulo seguro, constante, sereno, a aconselhar-
nos equilíbrio e sobriedade!...
Pausa, ainda, para lembrar a noite passada. O frenesim da
alcoolemia roendo, como sentença, a carne que há-de cessar. Por isso
se bebeu!? - antecipar o fim com o prazer no sabor do regresso à lucidez
que nos culpa. Afinal, morremo-nos a cada instante... O aviso de que o
tempo é uma mera invenção do Homem e, que nada tem medida ou
peso suficientes para acompanhar o resumo, a síntese da existência.
Percebemos que a paz é só um limite a transpor para a plenitude.
Essa quieta sedutora que nunca chega. Género noiva atrasada,
arrependida da intenção. Somos mais ou menos assim: cobaias do acaso!
Tetricamente, chega enluarado o nocturno sossego e é circular
o nosso percurso.
Sonhar!... Sonhar num dia igual, as vésperas do futuro que,
são um tempero dado à vontade de ultrapassar a monotonia dos dias.
Essa clausura com a máscara que parece ter-se colocado à face.
Aconteceu... mais um dia igual... mascarado. Igual.
José Carlos Sousa Villar
(intimidade)
SONHO
ESPERANÇA
VIDA
SEGREDOS
AMOR
...
«Tenho neste momento tantos pensamentos fundamentais,
tantas coisas verdadeiramente metafísicas que dizer, que me canso de repente, e decido não escrever mais, não pensar mais, mas deixar que a febre de dizer me dê sono, e eu faça festas com os olhos fechados, como a um gato, a tudo quanto poderia ter dito.»
«A serenidade não é feita nem de troça nem de narcisismo, é conhecimento supremo e amor, afirmação da realidade, atenção desperta junto à borda dos grandes fundos e de todos os abismos; é uma virtude dos santos e dos cavaleiros, é indestrutível e cresce com a idade e a aproximação da morte. É o segredo da beleza e a verdadeira substância de toda a arte.
O poeta que celebra, na dança dos seus versos, as magnificências e os terrores da vida, o músico que lhes dá os tons duma pura presença, trazem-nos a luz; aumentam a alegria e a clareza sobre a Terra, mesmo se primeiro nos fazem passar por lágrimas e emoções dolorosas. Talvez o poeta cujos versos nos encantam tenha sido um triste solitário, e o músico um sonhador melancólico: isso não impede que as suas obras participem da serenidade dos deuses e das estrelas. O que eles nos dão, não são mais as suas trevas, a sua dor ou o seu medo, é uma gota de luz pura, de eterna serenidade. Mesmo quando povos inteiros, línguas inteiras, procuram explorar as profundezas cósmicas em mitos, cosmogonias, religiões, o último e supremo termo que poderão atingir é essa serenidade.»
porque choro eu se me pedem um sorriso? para que escondo eu, envergonhado, o meu sorriso? digo a um amigo: sorri! e quando eu puder mergulhar no teu sorriso serei mais contente... serei uma alma ardente e morrerei para que ressuscites... o amor é banal... está em todo o lado... faz parte das coisas, das almas, dos verbos... secreto entro na tua cabeça e sinto que me sorris! graças a Deus tenho o meu sorriso no cérebro de um amigo! sabes? sou eu. eu que viajante rebusco os vocábulos incompletos, rasurados, rasgados, filtrados para perpetuar o meu desejo na vontade contida de gargalhar contigo. tenho saudade dos meus amigos... choro como quem ri... rio que se asfixia pelas margens que o sustentam... naúfrago desaguo no teu sorriso... descubro que há barcos para pernoitar.. e circulos de fogo para viajar... gosto que gostem de mim... eu até gosto de mim...!!! só que escondo o sorriso... o nosso sorriso! desnudo-me para viajar no arfar completo de um sorriso... sei o teu dialeto... e se te escrevo - eu que odeio ser poeta - é porque gosto de ti! vou de rosto em rosto para arrancar um sorriso... isso faz-me feliz! ... mas nas noites tenebrosas sonhando pesadelos fico tonto e não sei por onde andar... prefiro ver-te sorrir... e recordar que há desfios onde escancaras o desejo... sou teu amigo, sorrriso que nasce no meu amigo... vou recolher todas as lágrimas que meus olhos cansados derramam e sorrir para ti como se fosse o ultimo suspiro de alegria... depois deixas-me morrer? é que adoro ressuscitar!!! obrigado... brinca a sério com os movimentos dos sentidos que te realizam e me fazem anular os meus caprichos de sonhador... ... sim. sei que és todo o seu amor...
... invade-me um arrepio no pensar que sinto tanto o arrepio!
chove serena e constantemente na vidraça da alma....
... carapaças dos estados d'alma que segredo num movimento eterno enquanto dura a eternidade da mesma...
fujo das vontades num suspiro pavoneado quando partilho o secreto no recôndito do meu sentir...
... e amo o amor como desejam que seja cavaleiro ateado de fogo nas palavras que empresto para reagir e corresponder ao apelo...
vou de boca em boca como colibri... beijando o perfume da vida...
sentir-me único; inimitável, irrepetível e singular desemboca nestes caracteres!!!
cai a noite... viandante, transeunte entrego-me vadio nos teus braços, queridos demónios na almofada vaga que te deixei e onde pernoitam em consequência da tua ausência...
quando regressares estarei longe... de mim... de todo o mundo que habito na minha quimera!
tombo no abandono e sou o anfitrião da solitude... eu que a nada aspiro e sofro as dores d'imaginar...
grato a Deus que me devolve o Deus na minha esperança...
é assim a minha mendicância noturna: o sonho sem sono... alerta morro na ressurreição do cansaço e cresço com as bofetadas da vida...
açoites abençoados e, grato despeço-me do teu corpo...