terça-feira, 24 de julho de 2012

NOITÍSSIMA




NAUFRAGO NOS SONHOS

COMO UM NAVIO INEXISTENTE!

ONDE HÁ MONSTROS MEDONHOS

TAMBÉM HÁ GENTE!!!


SOU A FORTUNA DO PESADELO;

A VITÓRIA DA ALVORADA

QUE ME DÃO O QUE DE MAIS BELO

FAÇO... E NÃO FAÇO NADA!!!


POEMAS QUE IMAGINO...

MARES DISTANTES...

MEU PASSEIO DE MENINO

EM MEMÓRIAS ERRANTES...


NESTA NOITE DE FEBRE

HÁ BOSQUES QUE IRRADIAM

O MEU MEDO SE É LEBRE

MEU PENSAMENTO DE QUE RIEM...


MATARAM-ME A QUIMERA;

DESTRUIRAM O QUE FIZ...

SOU UM TONTO QUE SE ESMERA

NOS PRÓPRIOS VERSOS INFANTIS!


MATEI A FOME DE COMER;

VIVI A MORTE SUSPENSA...

EU QUERO É VIVER

À MARGEM DO QUE O OUTRO PENSA...


José Carlos Villar

(noitíssima)

24 - 07 - 2012

- exausto -

sexta-feira, 6 de julho de 2012

VERSOS SOLTOS




VERSOS SOLTOS




(improviso)





tenho memória que guarda histórias / e poemas onde rascunho os versos/ deste penar sem sabor a glórias/ de que me priva o sistema de factos adversos// num nascer aprendiz e solitário/ nessa infância onde fui feliz / não sei que diga de extraordinário/ nem sei se é minha a loucura que diz// quem sou nesta triste realidade/ onde confesso minha pena e castigo/ amigos por onde passei de verdade/ e agora deveras triste como que mendigo// apregoam a minha insensatez/ neste vaivem em rodopio/ vivo dos versos e da viuvez/ e calo sentenciado pelo que crio// não me resta senão aguardar/ louvores a título póstumo do ofício/ morrerei e irei dar húmus às rosas e ao luar/ irão ler-me e descobrir que é fictício// o filme onde estou a representar/ o dialeto da terra e do vagar destes sons/ teclas rompidas, fitas gastas e nome publicado/ não são mais meus os dons/ e o que fui está feito e eu desterrado// no inverno da alma se é verão/ contradigo-me ao escutar/ as vozes do mudo suão/ onde me deleito para me finar...



José Carlos Sousa Villar
numa noite triste
muito triste...
(07) julho dois mil e 12